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DIÁRIO DE GUERRA: CORONAVÍRUS E A HISTÓRIA DA VIROLOGIA

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Portanto hoje o segredo é o famoso achatamento da curva de infecção com as medidas sanitárias de proteção já citadas, para evitar o colapso dos sistemas de saúde

 

Redação

Não é segredo pra ninguém a gravidade que a pandemia do coronavírus representa para nossa saúde e economia. Talvez só os sobreviventes da gripe espanhola – hoje centenários – tenham visto algo parecido.

 

A velocidade de propagação do vírus, a morbidade e principalmente a mortalidade de grupos com comorbidades, associado ao acúmulo de casos, levam a um estado de pânico na população e por que não nos governantes. Uma solução tem de ser encontrada rapidamente.

 

E aí que eu queria ponderar com vocês leitores – nesse primeiro artigo sobre o tema – o que está acontecendo durante essa corrida necessária à procura de tratamentos e vacinas contra o covid 19.

 

Sou médico há quase 2 décadas, já tendo trabalhado em diversos serviços de urgência e emergência, além de ter trabalhado com gestão de diversas áreas hospitalares. Quero ponderar com vocês alguns aspectos que em geral são o caminho natural da ciência na virologia – e assim explicar o porque que as medidas sanitárias como medidas de higiene , uso de máscaras, isolamento social ou vertical conforme o caso provavelmente serão mais eficazes que muitas das terapias propostas hoje.

 

Durante toda a história do tratamento de infecções no mundo, a procura de antivirais e vacinas para imunizar as pessoas exigiu sempre um período de tempo prolongado. Muitas doenças virais foram exaustivamente pesquisadas e infelizmente as terapias específicas antivirais demoram décadas na maioria dos casos para atingir um abrandamento da infecção (exemplo do HIV, influenza, H1N1, herpes), alguns até hoje não tem terapia específica (dengue, zika, chickunguni, sarampo, rubéola) e raramente temos a possibilidade de cura (hepatite C demorou aproximadamente 20 anos para atingir 90% de cura viral).

 

Vacinas geralmente demoram mais de 1 ano para comprovação de eficácia, são muito mais eficazes em casos de vírus com baixa taxa de mutação (varíola, sarampo, cachumba, rubéola, pólio). Infelizmente no caso do coronavírus temos a problemática de ele ter apresentado já algumas mutações, o que pode dificultar a imunização global e se comportar mais como o influenza, que requer revacinação quando indicada anual para imunizar contra as mutações mais frequentes do ano anterior !!! Além de termos diversos virús ainda sem vacina específica (HIV, zika, hepatite C, etc)

 

Claro que estão sendo testados alguns antivirais já existentes no mercado ou que estavam em fase de testes para outros vírus, mas devemos esperara ciência de qualidade com o tempo necessário para comprovar eficácia e segurança.

 

Guardo para uma próxima oportunidade discussão de outros esquemas cujo racional não faz tanto sentido, como uso de medicações antimaláricas, antiparasitárias, antibióticos para diminuir a replicação do vírus, e terapias promissoras mas de difícil acesso como plasma rico em anticorpos conta o covid 19. Além do que mesmo essas tentativas também precisam de tempo para serem testadas e aprovadas !!!

 

Outra maneira seria testar uma boa parte da população, mas como toda doença nova (menos de 6 meses no mundo !!!) , os testes tem falhas ainda, e não se encontram em número suficiente para um teste populacional em larga escala.

 

Finalizando, ciência de qualidade leva tempo ! Portanto hoje o segredo é o famoso achatamento da curva de infecção com as medidas sanitárias de proteção já citadas, para evitar o colapso dos sistemas de saúde, já que por ora a terapia de suporte para os casos graves, que incluem ventilação mecânica e leito de UTI, estejam disponíveis para o tratamento, e evitarmos o colapso observado na Itália, Espanha, Belém do Pará, Manaus, etc.

 

Dr. Daniel Janczuk

Médico cardiologista e clínico geral, com pós graduação em terapia intensiva.

 

Fonte: https://economiabrbrasil.com.br/2020/04/27/diario-de-guerra-coronavirus-e-a-historia-da-virologia/

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